Reprodução / miojoindie.com.br
Nos últimos 10 anos, a cena independente é assaltada por grandes nomes como o Violins de Goiânia, o Jair Naves de São Paulo, o Apanhador Só do Rio Grande do Sul e os mineiros do Transmissor.
O (talvez único) problema desta simpática e elogiada banda de BH são exatamente os gracejos, o feedback. Após os aclamadíssimos Sociedade do Crivo Mútuo (2009) e Nacional (2011) tenho a petulância de afirmar que o recente trabalho, De Lá Não Ando Só não supera os anteriores. Mas isso não é pouco, pois também não fica abaixo: corre sério risco de figurar entre os melhores de 2014. Culpa deles.
Não, a culpa não é deles. É nossa, da expectativa. Esta merda, esta desgraça que alimentamos sem até nos darmos conta. É inevitável, é um mal (des) necessário após dois álbuns tão bons. O novo trabalho passeia agradável, linear, com aquele rock climático, que não assusta ouvidos incautos e causa deleite nos já iniciados. Outro belo disco, lindo.
Assim que escutamos as primeiras faixas, a sensação é clara em praguejar contra o mercado, tudo e todos: por que uma banda como o Transmissor, com todos os predicados para estourar país fora, continua nos nichos? Infelizmente sabemos a resposta e torcemos por uma mudança na maré, que até agora não aponta, mas seguimos com fé.
Há lirismo, profundidade, essência e principalmente coesão, desde a 1ª faixa Queima o Sol até a belíssima Casa Branca, que encerra o trabalho e remete à aprazível região entre Nova Lima e Brumadinho, ali na Grande Belo Horizonte.
São três grandes álbuns, relativamente no mesmo nível, sobrevivendo a troca de integrantes, trabalhos paralelos e a ingrata safra do rock nacional, que é vistosa no underground, mas que ainda não chega a brotar no mainstream. Em Minas Gerais, o alfabeto da boa música começa no T e depois se reinicia. Portanto, escute-os. Pois a safra está para vingar. A qualquer momento.
Pode-se baixar ou escutar o álbum no site deles http://transmissor.tv
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