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Desnecessário teorizar o quanto o rock é/foi importante para
a juventude. Quando eu era moleque, além dos clássicos, eu tive a sorte de ser
guiado por bandas relevantes que surgiam e/ou estouravam na época: Green Day,
Offspring, Blur, Oasis, Rage Against the Machine, Pearl Jam, Nirvana e por aí
vai.
20 anos depois, o rock simplesmente definhou e essa molecada
de 13, 14, 15 anos migrou para outros estilos musicais, relegando aos pais a
árdua tarefa de levar o bastão do rock adiante (que expressão horrível, mas
vocês entenderam).
Aí ouço o novo disco do Linkin Park e aplaudo por ser uma
tentativa de tentar (re)conquistar os moleques. É indiscutível que a banda não
é um RATM, um System of a Down, um Incubus, nem mesmo um Korn (que entrou em
parafuso por anos e parece que há pouco se reencontrou), e muito abaixo de um
Deftones (muito melhor e alternativo/confuso para essa geração). Seu novo trabalho The
Hunting Party é repleto de guitarras, sem aquelas climas chatos dos álbuns
anteriores. Mesmo com produção luxuosa, prima pela simplicidade.
E isso é o que dá pra fazer. Linkin Park é um dos ícones de
um gênero desnutrido, no qual tentam se reinventar ou simplesmente soarem
“honestos”, pois estão milionários e não precisam provar mais nada para
ninguém. A banda buscou a receita básica do rock, obviamente usando seus
próprios ingredientes. É um álbum com mais guitarras de toda a discografia (e
nem é pela presença dos guitarristas do Helmet, System of a Down e Rage Against
the Machine no trabalho).
Nunca curti Linkin Park, considerava uma banda
pré-fabricada, sustentada por auto tunes e pouco criativa. Aí veio o Minutes to
Midnight, de 2007. Ok, o mérito é mais do produtor Rick Rubin, que abriu a
trincheira para a banda soar interessante, flertando com o pop e fazendo
músicas pegajosas e sim, boas. Mas era uma banda bem diferente que se apresentava. Aí o grupo se intensificou nessas 'modernices' e se perdeu nos trabalhos
posteriores, fez um show chato no festival SWU (2010) e agora parece que acordaram.
O trabalho é direto, possui bons refrões, todos os
ingredientes para um público jovem e ávido, remetendo aos primeiros álbuns do grupo, com alguns flertes claros. O adolescente que adormece dentro
de mim acordou um pouquinho, deu uma espreguiçada, abriu um breve sorriso e
logo pegou no sono. Para os que mantém a juventude mais viva, vai cair bem. E
no estágio que o rock “jovem” se apresenta por estes dias, não está nada mal.
Para quem um dia já disse que o Linkin Park era uma boyband,
lembro que ultimamente até boybands estão lançando discos interessantes, como muitos reconheceram no (pasmem) One Direction. Então, nestes dias tão estranhos, o trabalho tem sim algum
mérito.
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