quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Linkin Park retorna com bem menos firulas

Rollingstone.com / Divulgação

Desnecessário teorizar o quanto o rock é/foi importante para a juventude. Quando eu era moleque, além dos clássicos, eu tive a sorte de ser guiado por bandas relevantes que surgiam e/ou estouravam na época: Green Day, Offspring, Blur, Oasis, Rage Against the Machine, Pearl Jam, Nirvana e por aí vai.
20 anos depois, o rock simplesmente definhou e essa molecada de 13, 14, 15 anos migrou para outros estilos musicais, relegando aos pais a árdua tarefa de levar o bastão do rock adiante (que expressão horrível, mas vocês entenderam).

Aí ouço o novo disco do Linkin Park e aplaudo por ser uma tentativa de tentar (re)conquistar os moleques. É indiscutível que a banda não é um RATM, um System of a Down, um Incubus, nem mesmo um Korn (que entrou em parafuso por anos e parece que há pouco se reencontrou), e muito abaixo de um Deftones (muito melhor e alternativo/confuso para essa geração). Seu novo trabalho The Hunting Party é repleto de guitarras, sem aquelas climas chatos dos álbuns anteriores. Mesmo com produção luxuosa, prima pela simplicidade.

E isso é o que dá pra fazer. Linkin Park é um dos ícones de um gênero desnutrido, no qual tentam se reinventar ou simplesmente soarem “honestos”, pois estão milionários e não precisam provar mais nada para ninguém. A banda buscou a receita básica do rock, obviamente usando seus próprios ingredientes. É um álbum com mais guitarras de toda a discografia (e nem é pela presença dos guitarristas do Helmet, System of a Down e Rage Against the Machine no trabalho).

Nunca curti Linkin Park, considerava uma banda pré-fabricada, sustentada por auto tunes e pouco criativa. Aí veio o Minutes to Midnight, de 2007. Ok, o mérito é mais do produtor Rick Rubin, que abriu a trincheira para a banda soar interessante, flertando com o pop e fazendo músicas pegajosas e sim, boas. Mas era uma banda bem diferente que se apresentava. Aí o grupo se intensificou nessas 'modernices' e se perdeu nos trabalhos posteriores, fez um show chato no festival SWU (2010) e agora parece que acordaram.

O trabalho é direto, possui bons refrões, todos os ingredientes para um público jovem e ávido, remetendo aos primeiros álbuns do grupo, com alguns flertes claros. O adolescente que adormece dentro de mim acordou um pouquinho, deu uma espreguiçada, abriu um breve sorriso e logo pegou no sono. Para os que mantém a juventude mais viva, vai cair bem. E no estágio que o rock “jovem” se apresenta por estes dias, não está nada mal.

Para quem um dia já disse que o Linkin Park era uma boyband, lembro que ultimamente até boybands estão lançando discos interessantes, como muitos reconheceram no (pasmem) One Direction. Então, nestes dias tão estranhos, o trabalho tem sim algum mérito.  


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