quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O deluxe do deluxe: Stones em Sticky Fingers

Reprodução / blogspot.com

Não tenho muito o que dizer sobre os Rolling Stones. Primeiro álbum de rock que ouvi, grupo que mais escutei em toda a minha vida. Ostento orgulhosamente quase toda a discografia original em CD, mesmo em épocas de mp3 e o escambau. Um orgulho palatável que ganha poeira na minha prateleira, lá em Belo Horizonte.

Aí cai nas minhas mãos a versão deluxe de Sticky Fingers (1971) do grupo. É uma edição com um bom encarte e dois CDs. O original, remasterizado e outro, bônus, com algumas coisinhas interessantes que escrevo algumas linhas aí pra baixo.

Me assustei pelo preço que encontrei na Amazon (130 dólares), aí percebi que existe a versão "crème de la crème", com 4CDs, um vinil, um livro e mais uma cacetada de coisa, que vemos aí abaixo:

Reprodução / bravewords.com





Aqui falamos de uma edição mais enxuta, para fãs menos endinheirados, mas mesmo assim não menos curiosos por raridades, b-sides e versões alternativas da maior banda de rock'n'roll, quando estava em seu auge (que considero de 1967 a 1978, enquanto a maioria infelizmente se prende entre 1969 e 1974).

A CD 1 dispensa comentários, é chover no molhado sobre um dos grandes trabalhos da história do rock. Ele entra em qualquer Top 5 (Top 3?) dos Stones e celebra talvez o auge blueseiro do grupo, que continuou presente nos anos seguintes, mas amealhou outras influências.

No CD 2, começamos com Brown Sugar, gravada no estúdio, com Eric Clapton fazendo steel guitar. Versão diferente, com um final interessante, com menos sax e menos vozes de Jagger, com as três guitarras dialogando surpreendentemente. Wild Horses, rotulada de "versão acústica" é sublime como sempre foi. Imagine a versão que a banda vez no disco Stripped (1995) e dê a ela uma vitalidade de 24 anos. É isso.

Can't You Hear Me Knocking ainda tem seu riff matador, mas é uma versão mais curta, desleixada / charmosa como se fosse gravação de ensaio. Após a pedrada de Bitch, temos uma versão maravilhosa de Dead Flowers, que é menos country (nada contra) e mais folk, com a guitarra de Keith Richards se sobressaindo com propriedade.

Daqui em diante, é um registro de um show em 1971. Live with Me, Stray Cat Blues, Love in Vain, Midnight Rambler e Honky Tonk Women. Já ouvi outros registros de shows da banda no início dos anos 70 (ouçam os discos Get Yer Ya-Ya's Out! de 1970 e Brussels Affair, de 1973, por favor) e é sempre o "deluxe do deluxe". Sempre com algum improviso e uma vitalidade que impressionam. É o grupo desfilando seu melhor repertório, na época em que estavam na sua melhor forma. Não tem erro.

E aqui não é diferente. Dois exemplos: Live With Me ganha mais piano no início e mais metais no fim. Love in Vain apresenta um solo de guitarra inacreditável (de Mick Taylor, presumo). Com seus quase 12 minutos, Midnight Rambler celebra o melhor do blues.

Serve para fãs, iniciantes e iniciados quando o assunto é Stones. É um disco fundamental e um retrato de uma banda que era simplesmente espetacular em estúdio e no palco. O pouco que resta dela virá ao Brasil em 2016. Vale a pena para quem nunca viu.

Mas a essência está aqui neste CD, nos 4 álbuns anteriores e nos 5 trabalhos posteriores. Dez obras do melhor que existe no rock and roll.

A versão alternativa de Brown Sugar, abaixo: