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Quando passei no vestibular na UFMG para Ciências Sociais, fui aprovado para estudar no segundo semestre. Então, tinha cerca de seis meses
Foi a melhor e pior coisa que já me ocorreu. Melhor porque pude conviver com meus avós, tios e primos de lá e isso é sempre legal. Pior, porque meus avós são de uma época, que ter saúde é ser gordo. E minha avó cozinhava muito bem. Fazia o melhor cachorro quente que já comi. E o melhor sorvete. E bolo de chocolate... Enfim... Sempre quis agradar os netos. Nem lembro quantos quilos ganhei, mas foram vários. Era um obeso feliz.
Eu tinha um disc-man (!) e meus cds tinham ficado em BH. Precisava ouvir alguma música e fui atrás de alguns CDs. Fui em uma lojinha de cds na Rua Água Santa (Centro), que nem existe mais e achei esse CD (da capa) bem barato (uns R$ 15).. O ano era 2000. Já conhecia e gostava muito do Jamiroquai, tanto o primeiro, Emergency on Planet Earth (1993), mais pro acid-jazz, como do The Return of Space Cowboy (1994), que já era mais experimental e variado, até o premiado Travelling Without Moving (1996), recheado de hits como Virtual Insanity, Cosmic Girl e Alright.
Este álbum da capa é Synkronized (1999), uma ruptura do que o Jamiroquai fazia. Vários músicos da banda foram trocados (saíram o baixista, guitarrista, percussionista, DJ), a banda ficou mais "farofona", mais "banda de festa", com backing vocals e tal. Mas ainda restava um ranço bacana dos discos anteriores, boas pitadas de soul, funk e disco. O acid-jazz, de fato, abandonaram.
Muitos bons momentos presentes: Canned Heat, Black Capricorn Day, Soul Education e (principalmente) Falling (música linda!) são os destaques. Mas lá pelo final do disco, eles gravaram algo que nunca tinham feito (e não fizeram desde então). Uma balada, com voz, baixo, bateria, piano e uma orquestra: King for a Day.
Até hoje é uma das melhores canções do grupo, sendo ao mesmo tempo uma música que menos faz jus ao som considerado "típico" do Jamiroquai, mas que mesmo assim reforça como a banda sabia/sabe passear por diversas vertentes.
Após este trabalho, o nível dos discos caiu consideravelmente (se salvando alguns hits excelentes, como Seven Days in Sunny June e You Give me Something). As coisas voltaram aos eixos no ótimo Rock, Dust, Light, Star (2010), mas isso fica pra outro texto.
Assistam abaixo o videoclipe de King for a Day:
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